(des)arrumar ideias
Ideias desarrumadas, arrumadas ou por desarrumar...
Fernando Pessoa
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Aldeia Global
Mãos à obra !
Semear para colher #2
# Feiras de Maio
Metadança 2012
País Nublado
sexta-feira, 2 de março de 2012
Semear para colher
Semear para colher
O excelente concerto dos Nice Weather For Ducks do passado sábado, no Teatro José Lúcio da Silva deu-me o mote de hoje, altura em que amadureço ideias sobre desenho de territórios, cidades criativas e potencial decorrente das dinâmicas da criatividade, para o sucesso económico e desenvolvimento sustentável.
Olho Leiria e vejo talentosos músicos consagrados e emergentes, profissionais criativos altamente qualificados e de renome internacional, vejo Sílvias Patrício e Sandrines Vieira e Paulos Kellerman e Moreiras, associações culturais com projeção dentro e fora de portas, instituições de utilidade pública pautadas pelo serviço à comunidade com base na cultura e nas artes, fotógrafos premiados, editoras, coreógrafos, atores, jovens empresários : enólogos, designers, marketeers, arquitectos, produtores; especialistas em informática, software e novas tecnologias, free lancers, e tantos outros que não me ocorrem agora ou simplesmente desconheço. Profissionais que primam pela inovação, criando oportunidades e o próprio emprego, mostrando valor e de mérito reconhecido. A todos vós, parabéns pela persistência e força de vontade!
Hoje escrevo para as regiões e poder local: Apostem na cultura, inovação, tecnologia e criação de condições para a fixação de profissionais criativos; transformem edifícios devolutos, estádios desocupados, e monumentos ao abandono em laboratórios de criatividade, propiciando a partilha de ideias, num frenesim de saberes transversais, conducentes também a um refresh do comércio e da indústria local. Invistam forte acreditando na cultura e na inovação como pontos de partida para o sucesso. Porque é preciso semear para colher!
Pieguices !
Não sou piegas!
Compreendi cedo e agradeço aos meus pais por me incutirem o valor das coisas. Profissionalmente aprendi a pautar-me pela exigência, rigor e vontade de excelência com um Senhor chamado José Ribeiro Vieira, que me ensinou a importância de brilhar com luz própria. Lutei por querer mais e melhor ,por ser uma cidadã mais atenta e informada.
Estudei e trabalhei ao mesmo tempo, envolvi-me em projectos por altruísmo e pela utopia de um futuro de progresso e um amanhã melhor para mim e para os outros. Paro pouco e envolvendo-me em mil e um afazeres, tento colocar a minha alma e coração naquilo que faço. Quero trabalhar e estudar mais, porque valorizo o conhecimento como alimento para o espírito e antídoto para a mediocridade.Como eu, milhares de jovens adultos da minha geração lutam por um futuro melhor, querem implantar saberes no seu local de trabalho, querem estabilidade e ser reconhecidos pelos valor e mérito próprios. Querem oportunidades para levar Portugal em frente! Sem ser patriota gosto do meu país, mas angustia-me a previsão de um futuro sombrio.
Assola-me a certeza de uma regressão sem travão à época medieval e ao pré 25 de Abril. Parece que Portugal está pobre e os Portugueses ainda não se aperceberam… Eu digo que ao invés disso, Portugal se pauta pela injustiça, desmotivação geral e pela pobreza de espírito de lideres que não sabem liderar!
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
ideias (des)arrumadas #5
Educar para a cultura
Há em pleno século XXI, quem não reconheça mérito aos trabalhadores da cultura e das artes subvalorizando o papel dos intermediários culturais na educação e formação de sujeitos sensíveis, informados e detentores de pensamento crítico. Quem considere pouco válida a introdução de atividades de sensibilização artística, ou opine que os animadores e mediadores culturais apenas servem para quebrar regras que anos de disciplina levaram a construir, e ainda os que defendem que as actividades lúdicas e artísticas devem acontecer fora da escola.
Há também hoje, o reverso da medalha. Escolas e pessoas que apostam em profissionais da cultura que não só formam, como motivam o gosto pela participação na atividade cultural, estimulam a criatividade e dotam de ferramentas para ver o mundo de outra forma. Que ajudam a construir as canas de pesca do pensamento criativo , sem descurar regras e valores humanos. Que sugerem o respeito pelo trabalho artístico, e pelo próximo, e incutem modos de estar em salas de espectáculo, exposições ou situações diárias. Profissionais recebidos com sorrisos rasgados pelas crianças, que mesmo meses e anos volvidos, reconhecem e apontam as actividades realizadas .Bem hajam, porque continuam a acreditar na cultura como um património que permanece no tempo e deixa marcas impossíveis de apagar.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
ideias (des)arrumadas #4
2012 - Ideias Iluminadas precisam-se!
O ano que agora encerra foi intenso e atribulado para Portugal, fazendo-nos acreditar os entendidos em matéria económica que nada de bom se augura para 2012. As reformas nas áreas da cultura , educação, o encerramento de redes ferroviárias conduzindo ao isolamento; o parco incentivo ao crescimento do turismo e das pequenas economias , parecem conduzir-nos de volta à ruralidade na mais assustadora significação da palavra, num futuro próximo, como que num regresso à economia do feudo. Preocupa-me sobretudo o desinvestimento na cultura e educação, pilares fundamentais da formação intelectual, cívica e sensível do individuo construtor de uma sociedade melhor .
Todos os anos por esta altura desejo “um ano de progresso a todos os níveis” e apesar da conjuntura mantenho os votos para 2012.
Agora e sempre, precisaremos de doses extra de perseverança, união e cooperação, munindo-nos das armas do conhecimento e da criatividade para derrubar muros e transpor barreiras, inventando soluções com ideias iluminadas e atitude positiva, no caminho da adversidade.
Leiria brilhou na passada sexta-feira, com as luzes conjuntas de cada um de nós, numa noite especial e intensa provando que é possível ! Basta querer, trabalhar em equipa e acreditar ! Que 2012 seja um ano de progresso para todos vós !
domingo, 11 de dezembro de 2011
ideias (des)arrumadas #3
Mafaldas Marcantes
Gosto de montanhas grandes e enrugadas, pelo mesmo motivo que gosto de pessoas.
As montanhas, fortes como as pessoas, carregam em si marcas do tempo, da vida e de quem as vai reescrevendo ao longo da sua existência.
As pessoas, por vezes fortes, mas não tanto como as montanhas, são as estampas das suas vivências e de quem nelas vai deixando marcas, ora superficiais ora profundas, e que no seu conjunto constroem a identidade individual.
A minha reflexão de hoje homenageia as Mafaldas, que injustamente vão embora antes do tempo, e que este ano e para a eternidade não se sentarão fisicamente às mesas de Natal , nem darão colo, ou sorrisos às suas famílias, mas que antes de partirem deixam o seu cunho, esculpido em cada um de nós, mesmo aqueles que não as conheceram de verdade. Mafaldas que permanecerão eternas na memória de quem as amou, ou encontrou nelas um exemplo a seguir.
É graças à sua existência nas vidas de cada um de nós, que tomamos consciência da importância de nos focarmos no essencial, deixando de parte as futilidades. Consigo ficamos mais ricos, atentos a lições de motivação, força, coragem, perseverança e amor incondicional, crentes no futuro como caminho e dando o exemplo e o mote para um compromisso com a vida, ainda que cientes da sua fragilidade : NUNCA DESISTIR.
ideias (des)arrumadas #2
Cidades despertas
Não é novo o meu interesse pelas cidades que nunca dormem, pólos de criatividade e cosmopolitismo, que proporcionam qualidade de vida a quem nelas habita e acordam a curiosidade de quem as visita, onde fervilham ideias e multiculturalidade. Fascinam-me locais que os indivíduos sintam como seus, apropriando-se dos espaços, de forma natural e intrínseca, defendendo-os e reescrevendo-os com a sua própria história, numa dinâmica participativa, de cidadãos atentos e intervenientes na construção conjunta de identidade.
Cidades que mexem e criam condições para a mobilidade dos seus , e aos que a elas querem chegar, criando sistemas de transportes efectivos, que servem o interesse das populações.
Cidades despertas pontilhadas de vida nocturna saudável, dinâmicas criativas, portadoras de locais que convidem à partilha de ideias e fruição cultural, potenciando o turismo, a economia e fixação de profissionais e indústrias criativas.
Por este motivo, e à luz dos discursos da criatividade e da sustentabilidade das cidades, me preocupam e causam discordância dois pontos na ordem do dia na região: o encerramento da linha do oeste e o reajuste do horário dos bares do centro histórico. Como que um mau prenúncio no caminho do futuro sustentável . Porque mais do que pontos finais para solucionar problemas , importa pensar soluções.
Região de Leiria, 18 Novembro 2011
Desarrumar ideias #1
Parar para Pensar
Escrever é arrumar as ideias dizia Fernando Pessoa. Ao longo do próximo ano, de três em três semanas regressarei a este espaço para partilhar convosco algumas das que por aqui tenho arrumadas, desarrumadas ou por desarrumar.
A agitação diária e o bulício dos nossos afazeres deixam-nos pouco tempo ou motivação para passar para a escrita aquilo que vamos sentido, a nossa visão do mundo , as fantasias ou as realidades que nos assistem.
Vivemos a sociedade do efémero e do imediato que o século XXI trouxe. Corremos e tardamos a abrandar o ritmo para sentir ou pensar.
As linhas que aqui vou deixar serão um exercício a que me obrigo, para transformar em palavras escritas, percepções soltas, ora profundas, ora superficiais. Reflexões que me visitem sobre a cidade, cultura ou actualidade, que talvez valha partilhar, se vos apetecer lê-las. Se não, não perderão nada de especial . Ainda assim aproveito para agradecer aos que tenham a vontade de gastar tempo com as minhas (des)arrumações idiotas!
Prometo que tentarei focar o que de melhor ou pior os meus olhos observem por cá, nas dinâmicas culturais, educação ou cidadania, sejam eles pormenores ou pormaiores que me saltem à vista e à mente. Aceitei com gosto o desafio do Região de Leiria, agora não há volta a dar! Resta-me agradecer o convite e arrumar a casa !