Ideias desarrumadas, arrumadas ou por desarrumar...
"escrever é arrumar as ideias"

Fernando Pessoa

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

# Feiras de Maio


# Feiras de Maio
Há ano escrevi um artigo, intitulado  Hábitos Culturais dos Portugueses, Feiras Medievais e outros que tais…, no qual referia a parca visão estratégica de agentes culturais e poder local das cidades na organização de eventos “franchising”, a que chamo de não-eventos, na senda dos não-lugares de Marc Augé, que num caso ou noutro,  não acrescentam nada aos locais e que não contribuem para deixar marcas nos territórios e para o envolvimento das comunidades.
Relembro hoje esse texto,  depois de uma visita à “nossa” Feira de Maio, que a meu ver este ano é palco de uma intolerável falta de coerência , pouco refletida e estruturada.  Não defendo a sua extinção, não que me faça falta, mas porque faz parte da tradição leiriense e me recorda as bolinhas de serradura, que na infância comprava com os meus pais e irmã, num ritual de Maio.
Este ano, mais que nos últimos,  parece-me que a feira caminha para o marasmo e fracasso. Como em muitas outras questões na cidade deveriam ser pensadas soluções que acrescentem à tradição, rasgos de interesse criativo e modernidade, porque opiniões à parte há sempre nos locais mais potencial criativo e de mudança do que parece à primeira vista.  Podem chamar-me ingénua, mas acredito e defendo que Leiria, tem muito para dar, assim encontre o  seu caminho.Até lá como dizia Séneca "Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir."

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