# Feiras de Maio
Há ano escrevi um artigo, intitulado Hábitos
Culturais dos Portugueses, Feiras Medievais e outros que tais…, no qual
referia a parca visão estratégica de agentes culturais e poder local das
cidades na organização de eventos “franchising”, a que chamo de não-eventos, na senda dos não-lugares de Marc Augé, que num caso
ou noutro, não acrescentam nada aos
locais e que não contribuem para deixar marcas nos territórios e para o
envolvimento das comunidades.
Relembro hoje esse texto, depois
de uma visita à “nossa” Feira de Maio, que a meu ver este ano é palco de uma
intolerável falta de coerência , pouco refletida e estruturada. Não defendo a sua extinção, não que me faça
falta, mas porque faz parte da tradição leiriense e me recorda as bolinhas de
serradura, que na infância comprava com os meus pais e irmã, num ritual de
Maio.
Este ano, mais que nos últimos, parece-me que a feira caminha para o marasmo e
fracasso. Como em muitas outras questões na cidade deveriam ser pensadas
soluções que acrescentem à tradição, rasgos de interesse criativo e
modernidade, porque opiniões à parte há sempre nos locais mais potencial
criativo e de mudança do que parece à primeira vista. Podem chamar-me ingénua, mas acredito e defendo
que Leiria, tem muito para dar, assim encontre o seu caminho.Até lá como dizia Séneca "Nenhum vento sopra a favor de quem não
sabe para onde ir."
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