Ideias desarrumadas, arrumadas ou por desarrumar...
"escrever é arrumar as ideias"

Fernando Pessoa

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ideias (des)arrumadas #4


2012 - Ideias Iluminadas precisam-se!

O ano que agora encerra foi intenso e atribulado para Portugal, fazendo-nos acreditar os entendidos em matéria económica que nada de bom se augura para 2012. As reformas nas áreas da cultura , educação, o encerramento de redes ferroviárias conduzindo ao isolamento; o parco incentivo ao crescimento do turismo e das pequenas economias , parecem conduzir-nos de volta à ruralidade na mais assustadora significação da palavra, num futuro próximo, como que num regresso à economia do feudo. Preocupa-me sobretudo o desinvestimento na cultura e educação, pilares fundamentais da formação intelectual, cívica e sensível do individuo construtor de uma sociedade melhor .

Todos os anos por esta altura desejo “um ano de progresso a todos os níveis” e apesar da conjuntura mantenho os votos para 2012.

Agora e sempre, precisaremos de doses extra de perseverança, união e cooperação, munindo-nos das armas do conhecimento e da criatividade para derrubar muros e transpor barreiras, inventando soluções com ideias iluminadas e atitude positiva, no caminho da adversidade.

Leiria brilhou na passada sexta-feira, com as luzes conjuntas de cada um de nós, numa noite especial e intensa provando que é possível ! Basta querer, trabalhar em equipa e acreditar ! Que 2012 seja um ano de progresso para todos vós !

domingo, 11 de dezembro de 2011

ideias (des)arrumadas #3


Mafaldas Marcantes

Gosto de montanhas grandes e enrugadas, pelo mesmo motivo que gosto de pessoas.

As montanhas, fortes como as pessoas, carregam em si marcas do tempo, da vida e de quem as vai reescrevendo ao longo da sua existência.

As pessoas, por vezes fortes, mas não tanto como as montanhas, são as estampas das suas vivências e de quem nelas vai deixando marcas, ora superficiais ora profundas, e que no seu conjunto constroem a identidade individual.

A minha reflexão de hoje homenageia as Mafaldas, que injustamente vão embora antes do tempo, e que este ano e para a eternidade não se sentarão fisicamente às mesas de Natal , nem darão colo, ou sorrisos às suas famílias, mas que antes de partirem deixam o seu cunho, esculpido em cada um de nós, mesmo aqueles que não as conheceram de verdade. Mafaldas que permanecerão eternas na memória de quem as amou, ou encontrou nelas um exemplo a seguir.

É graças à sua existência nas vidas de cada um de nós, que tomamos consciência da importância de nos focarmos no essencial, deixando de parte as futilidades. Consigo ficamos mais ricos, atentos a lições de motivação, força, coragem, perseverança e amor incondicional, crentes no futuro como caminho e dando o exemplo e o mote para um compromisso com a vida, ainda que cientes da sua fragilidade : NUNCA DESISTIR.

ideias (des)arrumadas #2



Cidades despertas

Não é novo o meu interesse pelas cidades que nunca dormem, pólos de criatividade e cosmopolitismo, que proporcionam qualidade de vida a quem nelas habita e acordam a curiosidade de quem as visita, onde fervilham ideias e multiculturalidade. Fascinam-me locais que os indivíduos sintam como seus, apropriando-se dos espaços, de forma natural e intrínseca, defendendo-os e reescrevendo-os com a sua própria história, numa dinâmica participativa, de cidadãos atentos e intervenientes na construção conjunta de identidade.

Cidades que mexem e criam condições para a mobilidade dos seus , e aos que a elas querem chegar, criando sistemas de transportes efectivos, que servem o interesse das populações.

Cidades despertas pontilhadas de vida nocturna saudável, dinâmicas criativas, portadoras de locais que convidem à partilha de ideias e fruição cultural, potenciando o turismo, a economia e fixação de profissionais e indústrias criativas.

Por este motivo, e à luz dos discursos da criatividade e da sustentabilidade das cidades, me preocupam e causam discordância dois pontos na ordem do dia na região: o encerramento da linha do oeste e o reajuste do horário dos bares do centro histórico. Como que um mau prenúncio no caminho do futuro sustentável . Porque mais do que pontos finais para solucionar problemas , importa pensar soluções.

Região de Leiria, 18 Novembro 2011

Desarrumar ideias #1


Parar para Pensar

Escrever é arrumar as ideias dizia Fernando Pessoa. Ao longo do próximo ano, de três em três semanas regressarei a este espaço para partilhar convosco algumas das que por aqui tenho arrumadas, desarrumadas ou por desarrumar.

A agitação diária e o bulício dos nossos afazeres deixam-nos pouco tempo ou motivação para passar para a escrita aquilo que vamos sentido, a nossa visão do mundo , as fantasias ou as realidades que nos assistem.

Vivemos a sociedade do efémero e do imediato que o século XXI trouxe. Corremos e tardamos a abrandar o ritmo para sentir ou pensar.

As linhas que aqui vou deixar serão um exercício a que me obrigo, para transformar em palavras escritas, percepções soltas, ora profundas, ora superficiais. Reflexões que me visitem sobre a cidade, cultura ou actualidade, que talvez valha partilhar, se vos apetecer lê-las. Se não, não perderão nada de especial . Ainda assim aproveito para agradecer aos que tenham a vontade de gastar tempo com as minhas (des)arrumações idiotas!

Prometo que tentarei focar o que de melhor ou pior os meus olhos observem por cá, nas dinâmicas culturais, educação ou cidadania, sejam eles pormenores ou pormaiores que me saltem à vista e à mente. Aceitei com gosto o desafio do Região de Leiria, agora não há volta a dar! Resta-me agradecer o convite e arrumar a casa !

Região de Leiria 28 de Outubro 2011